sábado, 30 de outubro de 2010
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domingo, 24 de outubro de 2010
Se as vezes não conseguimos distinguir, não quer dizer que não sabemos...
sábado, 9 de outubro de 2010
As coisas..
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Prólogo
domingo, 5 de setembro de 2010
sábado, 31 de julho de 2010
2º Delírio
Seus olhos lembram-me amêndoas, são grandes, belos, não consigo encara-los por muito tempo mas logo volto a eles como se fossem magnéticos. Não digo nada, nem vou dizer, nunca digo. As letras são apenas rabiscos que não vou entender depois e, de fato, a noite é um dia estranho.
1º Delírio
sábado, 3 de julho de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
Probabilidade
sábado, 15 de maio de 2010
Implosao
Tentou encontrar uma resposta sobre o que havia acontecido, algo a mais do que teorias improvisadas, mas nada fazia sentido. Talvez tivesse perdido em algum lugar as ultimas forças que guardava para suportar tudo aquilo. Agora tinha uma boa porção de sentimentos ferozes e talvez sedentos de vingança pelo tempo confinados.
Imaginava seus transtornos como vários cães negros correndo mais rápido do que poderia enxergar, arrancando de passagem, pedaços grandes de seu corpo, ou talvez de sua alma, o que dói mais afinal? Sabia que tentar fugir seria inútil, mas ainda não fazia ideia de como lutar contra isso ou do que aconteceria no final. Por um momento desejou apenas braços que lhe envolvessem e dissessem que está tudo bem, mesmo não estando.
Percebeu então que estava só, mas de maneira nenhuma queria isso.
Explosão
Fechou os olhos com força e abriu-os mais uma vez, nada. Tentou chamar baixinho para que talvez ouvissem, nada. Tentou se concentrar, acreditar com todas as forças que ainda tinha mas nada se movia nem um milimetro, apenas coisas sem vida.
Olhava para as manchas brancas no teto, algumas cuidadosamente pintadas, com formas bem definidas, outras apenas respingos como havia no quarto todo devido a seu momento de raiva. Seus braços doíam, já não tinha forças para levantar-se e pouco via do estrago que havia feito. Sua respiração ainda era rápida e as lagrimas começavam a molhar o rosto já úmido de suor e tinta.
Passou a considerar que talvez não fosse possível reproduzir todas as coisas, por mais vontade que se use, só consegue-se coisas mortas e paradas. Nada seria como era antes, teria que lidar com o presente, fazer tudo o que não queria.
Seus olhos se fechavam de cansaço mas esforçava-se para mante-los abertos, não queria sonhar de novo, também não queria ficar acordada, não sabia bem o que queria... apenas no fundo, tinha uma pequena esperança de que tal coisa existisse.
O sono veio mais forte, as forças se foram, os olhos se fecharam. Então veio a noite, a manhã, e com o sol em seus olhos, percebeu que havia tomado uma decisão.
sábado, 24 de abril de 2010
Vidente
- Você é o vidente?
- O que você quer?
- Quero que leia minha mão.
O homem segurou-lhe a mão e virou-a para cima em um gesto impaciente, quase brusco. Analisou -a por alguns segundos e suspirou olhando-o nos olhos.
- Não há nada escrito na sua mão.
- Nada?Como assim?
- Você escreveu alguma coisa não sua mão?
- N.. não mas..
- Pediu pra alguém escrever na sua mão?
- Não.
- Então porque você vem aqui e pede pra eu ler sua mão se não há nada escrito?
- Bom.. você deveria ver o futuro...
- Futuro? O que você acha que é o futuro?
Ele fitou o chão por algum tempo, o rosto ficando vermelho, não apenas pelo nervosismo mas por não saber realmente uma resposta para aquela pergunta. O homem sorriu levemente mas seu olhar continuou duro, aquele ar meio insano mas que inspirava a existência de algum saber considerável.
- Meu filho.. ninguém pode enxergar seu futuro além de você mesmo. Ele não é um livro que todos podem ler, é um caderno em branco. Suas decisões tem sido difíceis mas não tomá-las vai te render apenas o mesmo caderno em branco, se você quer realmente saber seu futuro, livre-se desse medo inútil e escreva-o.
- Mas como me livro do medo?
- Desculpe, seu tempo acabou, precisa ir agora.
- Não.. espere, eu pago quanto você quiser, apenas me responda isso.
- Meu filho, eu não cobro por esse trabalho. Tenha um bom dia.
O homem virou-se e entrou pelas cortinas. Ainda com as pernas tremendo, ele saiu devagar da sala. Na porta, encontrou outro sujeito, mais baixo e, ao contrario do primeiro, usando roupas que mais pareciam uma fantasia.
- Me desculpe rapaz, tive uns contratempos, você esperou muito?
- Não, já estou de saída. O outro vidente me atendeu.
O pequeno homem olhou-o demoradamente como quem observa um caso sem solução, enfim suspirou e abriu a boca, a voz saia-lhe secamente.
- Eu sou o único vidente daqui.
Entrou fechando a porta atrás de si.