sábado, 15 de maio de 2010

Explosão

Fechou os olhos com força e abriu-os mais uma vez, nada. Tentou chamar baixinho para que talvez ouvissem, nada. Tentou se concentrar, acreditar com todas as forças que ainda tinha mas nada se movia nem um milimetro, apenas coisas sem vida.

Olhava para as manchas brancas no teto, algumas cuidadosamente pintadas, com formas bem definidas, outras apenas respingos como havia no quarto todo devido a seu momento de raiva. Seus braços doíam, já não tinha forças para levantar-se e pouco via do estrago que havia feito. Sua respiração ainda era rápida e as lagrimas começavam a molhar o rosto já úmido de suor e tinta.

Passou a considerar que talvez não fosse possível reproduzir todas as coisas, por mais vontade que se use, só consegue-se coisas mortas e paradas. Nada seria como era antes, teria que lidar com o presente, fazer tudo o que não queria.

Seus olhos se fechavam de cansaço mas esforçava-se para mante-los abertos, não queria sonhar de novo, também não queria ficar acordada, não sabia bem o que queria... apenas no fundo, tinha uma pequena esperança de que tal coisa existisse.

O sono veio mais forte, as forças se foram, os olhos se fecharam. Então veio a noite, a manhã, e com o sol em seus olhos, percebeu que havia tomado uma decisão.

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