Vi hoje uma relojaria
Com os relógios todos errados
Ou errado estava meu tempo?
Sem explicações, sem culpa alguma
Do ser que se prende à própria rotina
Procurei em vão saber que horas eram.
Vi hoje uma relojaria
Com os relógios todos errados
Ou errado estava meu tempo?
Sem explicações, sem culpa alguma
Do ser que se prende à própria rotina
Procurei em vão saber que horas eram.
A moça do cabelo de duas cores;
A moça com dois brincos em cada orelha;
O rosto desenhado em mínimos detalhes;
Interior de vaidade no corpo se espelha.
A arvore tão baixa, torta e sem flores;
Cruelmente lesada pela natureza;
Vive a nunca ser morada de pássaro algum;
Ninguém há de reparar em seu brilho à lua cheia.
Pensei num momento que as duas tão opostas;
Pudessem fazer parte de um mesmo retrato;
Um realístico retrato de ilusão.