Olhar vago, alvo vulnerável.
Sentimentos próprios e alheios,
Antes inofensivos, agora avançam em fúria;
Coliseu lotado, os abutres à espreita;
Seguem pensamentos, perfuram, rasgam;
Ferem por dentro, cortam e esmagam.
A mão trêmula, a luz de neon;
A angustia, a espera, o tempo que se esgota;
Os dedos trabalham, por dentro ainda ferido;
Voltam as forças, agrava-se a peleja;
O ponto final;
O olhar altivo;
Vitorioso enfim.
Os agressores jazem em sua jaula de papel impresso;
Seguem rumo ao grande museu;
Todos vêem, analisam, comentam;
Exemplares de qualquer espécie;
Tão iguais... Tão diferentes...
Tão inocentes... talvez.