Havia muitos desenhos naquele muro, mas um em especial sempre chamava a atenção de David: a estranha mulher de camisola vermelha com seus olhos cansados, porém cortantes. Havia outras figuras legais como o olho desenhado em volta da câmera de segurança e o homem baixinho com chapeu e nariz gigantes, mas era a mulher que o deixava perplexo naquela tarde.
Ela era incrivelmente magra, a ponto de parecer apenas um esqueleto pintado com a cor da pele, seu rosto tinha manchas estranhas que deveriam ser rugas, na altura de sua testa, com algum esforço, conseguiu ler a palavra "egoísta". Nesse momento foi sacudido pelo braço enquanto ouvia a voz irritada de Sandy, abafada pelo ônibus que passava por eles.
- Acorda menino! Já não te ensinei a atravessar a rua?
Ele não gostava quando Sandy falava-lhe com esse ar de superioridade, mesmo quando ela estava certa. Ela era só dois anos mais velha e mesmo assim, agia como se fosse sua mãe. "De qualquer forma"- pensou - "pelo menos não fui atropelado".
Eles atravessaram a rua em silencio e afastaram-se do muro desenhado. Ainda pensativo, David arriscou perguntar à irmã:
- Sandy, por quê a mulher egoista do muro é tão magra?
Ela olhou-o como se fosse a pergunta mais idiota do mundo, depois olhou o vazio concentrada, como se fosse a mais dificil, finalmente concluiu:
- É simples. Essa mulher está ai todo dia e o dia todo hà mais de três anos! E, que eu saiba, ninguém vem trazer comida pra ela, por isso ela é magra assim.
Convencido com a resposta e com o humor da irmã, decidiu arriscar mais uma pergunta.
- Mas o que é egoista?
Sandy pensou um pouco e depois deu de ombros jogando as mãos ao vento.
- Sei lá... deve ser uma pessoa com fome.
Os dois seguiram seu caminho hora em silencio, hora fazendo piadas. Depois de um tempo, David aprendeu o significado real da palavra egoísta, mas sempre a imaginava como uma mulher magra de camisola vermelha.
Ela era incrivelmente magra, a ponto de parecer apenas um esqueleto pintado com a cor da pele, seu rosto tinha manchas estranhas que deveriam ser rugas, na altura de sua testa, com algum esforço, conseguiu ler a palavra "egoísta". Nesse momento foi sacudido pelo braço enquanto ouvia a voz irritada de Sandy, abafada pelo ônibus que passava por eles.
- Acorda menino! Já não te ensinei a atravessar a rua?
Ele não gostava quando Sandy falava-lhe com esse ar de superioridade, mesmo quando ela estava certa. Ela era só dois anos mais velha e mesmo assim, agia como se fosse sua mãe. "De qualquer forma"- pensou - "pelo menos não fui atropelado".
Eles atravessaram a rua em silencio e afastaram-se do muro desenhado. Ainda pensativo, David arriscou perguntar à irmã:
- Sandy, por quê a mulher egoista do muro é tão magra?
Ela olhou-o como se fosse a pergunta mais idiota do mundo, depois olhou o vazio concentrada, como se fosse a mais dificil, finalmente concluiu:
- É simples. Essa mulher está ai todo dia e o dia todo hà mais de três anos! E, que eu saiba, ninguém vem trazer comida pra ela, por isso ela é magra assim.
Convencido com a resposta e com o humor da irmã, decidiu arriscar mais uma pergunta.
- Mas o que é egoista?
Sandy pensou um pouco e depois deu de ombros jogando as mãos ao vento.
- Sei lá... deve ser uma pessoa com fome.
Os dois seguiram seu caminho hora em silencio, hora fazendo piadas. Depois de um tempo, David aprendeu o significado real da palavra egoísta, mas sempre a imaginava como uma mulher magra de camisola vermelha.