O sol que escurece;
o eco da prece;
silencio que segue,
se vai em sussurros.
Os olhos que vêem
mas não enxergam;
as mãos que seguram
mas escorregam;
os pés que se movem
mas nunca chegam;
e o vento que nunca pára;
e o silencio que nunca acaba;
e as horas que nunca passam;
e os passos que nunca esperam.
E os traços são sempre os mesmos;
e os quadros são sempre tortos;
espelhos sempre quebrados;
refletem sempre esse rosto;
julgo ser meu, mas não reconheço;
e já não há sempre ou nunca;
é só o tempo.
O Amor Fernando Pessoa
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O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p’ra ela,
as não lhe sabe falar.
Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de di...