quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Da paz que via em seus olhos

Me amanheço já tarde, as nuvens já tão pesadas
Nas ruas vazias ainda vejo seus vultos
Depois de tanto tempo e ainda tão viva em mim
Tua imagem surge diante dos meus olhos fechados
E a paz que via em seus olhos...
talvez pela imagem
ou a paz de seus olhos
Enquanto eu ando, vejo seus vultos,
Formam-se em mim saudades.

2 comentários:

Dani Santos disse...

Lindas tuas palavras, Mauri... "amanheço já tarde... formam-se em mim saudades..." Tuas palavras exalam uma sensibilidade imensa. Perdemo-nos entre as palavras e as sombras que nos reinaram outrora. Perdemo-nos entre as palavras e tentamos sim encontrar nossa face, dentre tantas as que vestimos, dentre tantos esconderijos que nos fazemos... há alguns dias li a descrição que fazes de ti, em seu perfil, e me identifiquei muito com tuas palavras... admiro a tua coragem em desnudar-te assim perante si mesmo e os outros... em rasgar-se em sentidos e não fugir da dificil tarefa de mergulhar-se e se encontrar em meio à tantos que era e a tantos que será...

Se somos poetas porque somos vários, ou se somos vários porque somos poetas... ainda nao sei... mas sei que ao escrever pintamos nossas faces com palavras manchadas das dores que somos, dos fantasmas que nos invadem e das alegrias que nos tingem... abraços pra ti...

Camilíssima Furtado disse...

É intrigante o quanto uma imagem pode ser tão pouco quando a ausência predomina e ao mesmo tempo o quanto esta mesma imagem pode ser tanto quando nos segue, se faz presente em nossa vida. Não é fácil viver buscando a paz em olhos que não vemos mais. A cada esquina desejamos encontrar o inalcançável... Mais uma linda poesia, como sempre! Já sou fã...